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Para de competir, apenas supere-se uma vez por dia!

Preocupação em excesso leva os profissionais a perderem energia que poderia ser melhor utilizada no desenvolvimento criativo de soluções alternativas para a superação dos desafios que lhes são impostos.

Em nosso mundo organizacional, competir é a regra, principalmente em épocas de escassez de mercado. A necessidade de se cobrir ao menos os custos de administração e vendas torna-se imperativo. Os resultados seguidos e abaixo do esperado fazem aumentar a pressão sobre o pessoal de vendas. Dá-se a impressão de que o mundo parou, ou pelo menos o mercado, e se não parou, deve não ter parado para alguém mais afortunado. Quanto mais pensamos no problema, mais o problema cresce em nossas mentes, mais os fantasmas se avolumam.

Quando o mercado desacelera, o crescimento orgânico cessa e os resultados despencam. A tendência geral é a desesperança, com isso o entusiasmo cai e os ânimos se arrefecem, pois o crescimento automático já não ocorre e, deste modo, resta apenas pensar em meios de se tomar fatias de mercado das mãos da concorrência – essa que sempre nos parece ter os melhores prazos, os melhores preços, mais liberdade para fazer loucuras e assim por diante. O interessante é que o pessoal do lado de lá, ou seja, da oposição, quase sempre pensa a mesma coisa.

Obviamente, perder um pedido é ruim, perder um grande projeto que poderia garantir a fábrica por meses é muito pior, mas quando se perde o ânimo se perde tudo. Em momentos assim, é natural que as pessoas se estressem em busca de alguma solução miraculosa, alguma ação arriscada (quando não precipitada), que pode pôr em risco, no mínimo, a reputação da empresa. A tensão, em geral, faz com que as pessoas percam o foco da missão e do propósito de suas atuações mais singulares como profissionais. Olha-se para o todo e enxerga-se apenas o genérico caos!

Antes de pensar na concorrência, pense no cliente e entregue a ele o que tiver de melhor, com isso muitas vezes nem precisará competir

Epicuro costumava dizer: “Se o mal que temos tem solução! Por que se preocupar?”. Depois complementava: “Se o mal que temos não tem solução! Por que se preocupar?”. Embora essa frase pareça inconsequente, apenas preocupar-se nada ajuda. Pelo contrário, nos suga energia e o pânico nos exaure a criatividade. Se o filósofo ainda fosse vivo, em situações como essa, talvez nos dissesse: “Amigo, concentre-se em suas obrigações e no atendimento das necessidades imediatas de seus respectivos clientes. Ajude-os a pensar e encontrar alternativas, novas estratégias que contemplem mínimos gastos e gerem máximos rendimentos. Não olhe o todo, olhe o específico que está sob tua responsabilidade”.

Em épocas difíceis, concentre-se. Não deixe que detalhes te escapem, faça o teu melhor. Pare de competir e creia que se superando a cada dia, colocando teu coração no que fazes, tua obstinação o levará a resultados surpreendentes, ainda que todas as condições estejam na contramão da tua vontade. Independente das circunstâncias, sempre é possível ser grande e, para isso, Fernando Pessoa (escrevendo sob o heterônimo Ricardo Reis), nos provê a receita:

Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive!

Não se apequene ante aos teus desafios.

Nenhum desafio é grande o suficiente para quem sabe exatamente o que deve ser feito para contorná-lo.



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