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Tradição e know-how garantem destaque da OSG Sulamericana na fabricação de roscas

Empresa de 75 anos de existência completará 40 anos de Brasil em 2014, consolidando a visão de seu fundador que enxergou, com muita antecedência, o brilhante futuro que o país teria dentro do cenário industrial.

A empresa foi estabelecida em junho de 1938, quando seu fundador, Hideo Osawa, tinha apenas 28 anos. Engenheiro apaixonado por seu ofício, abriu uma pequena fábrica com apenas dois empregados no distrito de Nishi- -Koyama, próximo a Tóquio, no Japão.

Conhecida como Osawa Screw Grinding Co., Ltd., a fábrica, inicialmente, produzia machos utilizados na fabricação de roscas internas. Hideo começou a desenvolver suas próprias máquinas para a produção de machos de elevada qualidade, necessários na fabricação de roscas de alta precisão, com tolerâncias dimensionais muito justas. Naquela época, no Japão, machos de alta precisão só eram obtidos via importação. Após muita pesquisa e a criação de um sem-número de protótipos, o empreendedor obteve sucesso na construção da Osawa Thread Grinding Machine, em português Máquina de Retificar Roscas Osawa, que possuia conceito próprio e rebolos dedicados à produção de machos para rosca.

A marca OSG, portanto, vem das iniciais “Osawa Screw Grinding” – (Osawa Rosca Retificada) e traz consigo uma história de empreendedorismo e tenacidade desde o seu fundador.

Desde o princípio, a visão do fundador era poder exportar os produtos OSG para os principais mercados do mundo, contemplando países e até continentes, como a grande China e o sul da Ásia, as Américas e a Europa. Com a evolução contínua dos negócios, a empresa estabeleceu fabricação, venda e suporte técnico em 25 países, levando, assim, dentro de sua área de competência, uma contribuição tecnológica ímpar para o progresso de uma infinidade de empresas em todo o mundo.

A empresa chegou ao Brasil em 1974. A cidade de Bragança Paulista foi eleita para a instalação do parque fabril que conta com 100.000 metros quadrados e abriga, atualmente, um dos mais modernos centros de produção de ferramentas de corte rotativas de alta precisão do país. Com o crescimento da indústria automotiva no estado do Paraná, a empresa montou uma filial em São José dos Pinhais com o objetivo de servir melhor as empresas da região, facilitando a logística, já que estaria mais próxima aos consumidores finais de seus produtos.

Em seu catálogo, com mais de 500 páginas, a empresa expõe milhares de soluções para usinagem de metais em forma de machos, fresas de topo, brocas helicoidais, alargadores, escareadores, cossinetes, ferramentas intercambiáveis e ferramentas especiais – fabricados segundo o rigor dos padrões da matriz japonesa tanto no caso de ferramentas feitas em HSS (aço rápido), quanto aquelas produzidas em MD (metal duro).

Com aproximadamente 5.000 funcionários no âmbito global, a empresa opera em Bragança Paulista com 350 funcionários e mais 50 na filial do Paraná.

Com as fortes raízes da cultura japonesa consolidadas pelos sucessores de Hideo, a empresa se destaca pela organização e pela limpeza, além de promover um ambiente de trabalho que incentiva o espírito de cooperação e também as sugestões de melhorias.

Investimentos em mão de obra e automação industrial dão suporte à estratégia de competitividade da empresa.

Para Rodrigo Katsuda, coordenador de marketing da empresa, o êxito de uma ferramenta depende não só da sua qualidade, mas também de ser aplicada corretamente. No caso de machos, por exemplo, antes de escolher a ferramenta, o usuário deve certificar-se de qual é a matéria-prima a ser usinada, se o material é pastoso ou mais rígido, qual a dureza do material, que tipo de furo será feito (passante ou cego), especificações técnicas da rosca (aplicações gerais ou para gás, esquerda ou direita, dimensões – diâmetro, profundidade etc.). Além disso, é também importante saber em qual máquina a ferramenta será utilizada, em que tipo de porta-machos será fixada, qual o volume de peças a ser produzido, tudo isso para que, a partir daí, se defina o tipo de macho, o ângulo de hélice, velocidade e avanço de corte, tipo de lubrificante etc.

Embora o pessoal de campo, alocado em sua equipe de atendimento direto e também via distribuidores exclusivos, esteja preparado para dar as devidas orientações técnicas, os usuários também podem encontrar respostas para a maioria de suas dúvidas nos catálogos técnicos da companhia. Existem machos para dimensões muito diminutas, desde roscas M2, por exemplo. Uma outra característica dos machos são os revestimentos, como o TiCN – Carbonitreto de Titânio; TiN – Nitreto de Titânio; Ni – Nitretação; OX – Oxidação; CrN – Cromo Níquel; FX (TiALN) e WX (TiALN) – Nitreto de Titânio com Óxido de Alumínio; V (Multicamadas), que permitem maior produtividade e menores custos de produção, uma vez que aumetam a vida útil das ferramentas e reduzem os desgastes prematuros. A cada tipo de material e aplicação se encaixa melhor um tipo revestimento. Ao longo de todos esses anos, a companhia pôde pesquisar e desenvolver uma série de geometrias, substratos e revestimentos que lhe tem garantido a vanguarda tecnológica nesse campo de aplicação de ferramentas.

Com a intensificação da concorrência, principalmente entre as montadoras e as autopeças (principais consumidoras dos produtos OSG), a busca por custos cada vez menores, assim como por velocidades crescentes no fluxo de produção, levou o mercado a buscar mais treinamento para o pessoal que escolhe e especifica o uso de ferramentas. Profissionais melhor treinados podem aumentar a eficácia dos processos de usinagem, tornando as empresas desse segmento mais competitivas. A fim de atender a essa demanda, a companhia intensificou o programa de treinamentos técnicos e workshops. Com isso, aumentou a proximidade com os clientes e aprimorou o processo de introdução de produtos de alta performance. Recentemente, a companhia lançou mais de 60 produtos que, por um lado, têm ajudado muitas empresas a produzirem mais sob custos menores, enquanto, por outro, têm contribuído para que a OSG mantenha ou amplie sua respectiva participação no mercado. Um exemplo desse tipo de ferramenta são os machos laminadores S-XPF que podem usinar materiais de até 35 HRC de dureza.

Em janeiro desse ano, o Sr. Toshi Yoshizaki substituiu o Sr. Yushiro Osawa, que ocupava a presidência da empresa desde 1988. O Sr. Osawa se desligou do antigo cargo em 1º de janeiro de 2013 para assumir uma nova função na diretoria da empresa que dirigiu por 24 anos. Nesse período, ele levou a companhia a se tornar referência nacional como fabricante de ferramentas de corte. Com o objetivo de dar continuidade ao bom trabalho realizado por Osawa na OSG Sulamericana, que opera também na Argentina, o Sr. Toshi tem a ambição de atingir a liderança de mercado, tomando por base o novo posicionamento adotado pelo grupo, que tem focado, principalmente, as ferramentas da linha High Performance dedicadas à fabricação de roscas para as indústrias, automotiva, energia eólica, petroleira, aeroespacial, ferroviária e naval. A ideia é que as operações de rosqueamento, que costumam ser mais lentas, deixem de ser um gargalo nas linhas de produção.

O Sr. Toshi acredita que grande parte do êxito da companhia se deve aos contínuos investimentos em recursos humanos, assim como em tecnologia de manufatura. No Brasil, os setores automotivo, aeroespacial e de energia vêm se intensificando e é importante estar preparado para aproveitar esse bom momento do país. O novo presidente tem consciência da grande concorrência que se aviva a cada dia mais no mercado local, contudo está convicto de que os contínuos investimentos feitos no aprimoramento profissional de seus engenheiros de vendas permitirá à empresa fazer frente aos crescentes desafios tanto da área técnica, quanto da área comercial que vêm sendo impostos pelo mercado brasileiro.

Nos últimos três anos, a companhia tem investido intensamente na automação dos seus respectivos processos de manufatura por meio da aplicação de muitos robôs que visam maior produtividade e melhor qualidade. Essa é uma direção que deve continuar norteando os investimentos futuros.

O Sr. Toshi informou que a empresa mantém no Japão um avançado centro de pesquisas (GTC – Global Technology Center) no qual, com base em informações coletadas em todas as partes do mundo onde a OSG atua, uma numerosa equipe de pesquisadores dedica todo o seu tempo em atividades de testes de protótipos e desenvolvimento de produtos. O laboratório conta com mais de 25 máquinas CNC, que geram toneladas de cavacos anualmente, em busca de novas geometrias, substratos e revestimentos que possam atender a progressiva necessidade dos clientes por produtividade máxima e mínimos custos.

Nos anos mais recentes, o mercado asiático tem apresentado um crescimento mais acentuado, deste modo uma boa parte dos investimentos da companhia tem sido dirigida à região. Mercados mais maduros, como o Norte Americano e o Europeu, também vêm recebendo grande atenção devido ao volume de negócios que caracterizam tais localidades. O Brasil, por seu posicionamento estratégico no Mercosul, além das perspectivas de crescimento econômico de médio e longo prazo, deverá receber investimentos consistentes tanto no campo do desenvolvimento da competência técnica da mão de obra, quanto no campo da automação da manufatura. O presidente enfatiza que o objetivo da OSG é ser um fornecedor global.

Para isso é preciso estar na vanguarda tecnológica desde a matéria-prima e demais detalhes técnicos das ferramentas, até as atividades de pós-venda, tais como os serviços de reafiação, recondicionamento e revestimento das ferramentas, que compõem o pacote de soluções que a empresa disponibiliza a todos os seus respectivos clientes. Outro ponto que faz parte das preocupações da empresa é a questão da sustentabilidade. Para o executivo, não é possível ser uma empresa global sem ser sustentável, pois se trata de uma necessidade geral do planeta.

“Produzir com alta tecnologia e a custos competitivos é uma condição indispensável. Para tanto, a empresa precisa ter competência gerencial para garantir eficácia aos meios produtivos, aplicando as soluções mais avançadas para alcançar o máximo de produtividade sob um regime de mínimos custos. É nesse sentido que a empresa precisa canalizar seus esforços. Não creio que isso seja uma novidade, porém fazer com que isso se torne uma realidade é o desafio que nós, como gestores, devemos superar”, salienta o Sr. Toshi. Toshi está convicto de que essa é uma necessidade geral do mercado e que qualquer fornecedor que anseie ter a preferência de seus clientes estratégicos não pode ser um simples fornecedor de ferramentas; antes disso deve ser um fornecedor de soluções completas, provendo ferramentas de alta performance acompanhadas de serviços impecáveis e um atendimento logístico acima de qualquer concorrente. Ainda que isso possa ser considerado um enorme desafio, não há dúvidas de que é também a direção a seguir.

É possível que as afirmações feitas pelos executivos da OSG nessa matéria soem um tanto ufanistas, contudo aquele que tiver a oportunidade de visitar a unidade fabril da empresa em Bragança Paulista verá que, embora as metas possam parecer ambiciosas, são absolutamente plausíveis, a julgar pela estrutura e organização da subsidiária que dão todo o crédito ao que aqui foi exposto.



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