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Versatilidade e Especialização garantem o êxito da Ergomat no mercado de máquinas-ferramenta

Com uma história que se confunde com a dos tornos automáticos, empresa mantém-se entre os maiores fabricantes de tornos nacionais a despeito de toda uma política governamental que em nada privilegia a indústria local.

Não há dúvidas quanto à vocação agrícola e pecuária do país, dada a grande extensão de terras férteis, tanto para o plantio da laranja, da cana, do café e de cereais, assim como para a criação de gado de corte ou ainda a produção e abate de frangos. É incontestável o valor das divisas que entram no país por meio dessas fontes de renda, das quais o Brasil é reconhecidamente um dos principais players mundiais. Outra riqueza também muito importante é o solo, responsável pelo amplo fornecimento de minérios, tais como ferro gusa, alumínio ou até mesmo o petróleo bruto. Ocorre, no entanto, que não há indícios de que qualquer país moderno do primeiro mundo tenha, economicamente, se firmado vendendo apenas commodities.

Se, por um lado, temos a possibilidade de algum dia nos consolidar como o celeiro do mundo, por outro, sem indústria e sem tecnologia, seremos sempre colônia de algum outro país mais desenvolvido em termos de pesquisas, inovações tecnológicas e engenharia de manufatura. Basta observar que a cada quilo de commodity exportado o país recebe apenas alguns centavos em dólares, ao passo que a cada quilo de avião exportado por uma Embraer, por exemplo, o mesmo país recebe algo em torno de mil dólares. Não se faz um país moderno sem máquinas, sem satélites de comunicação, sem tecnologia de ponta, sem indústria, sem engenheiros e técnicos especializados.

Se, algum dia, nosso país não produzir mais seus próprios bens de capital, haveremos de vender centenas de toneladas de soja para poder importar uma simples colheitadeira. Por ora, ainda temos suficiente competência para produzir, com excelência e sem qualquer interferência externa, tais equipamentos – ainda que seja por meio de subsidiárias multinacionais aqui instaladas, mas que, contudo, pagam os impostos devidamente e geram empregos bem remunerados, garantindo renda suficiente para que milhares de pais de família brasileiros criem e eduquem seus filhos. Grandes fazendeiros à parte, um sitiante plantador de commodities, dificilmente chegaria a um mesmo nível técnico ou de renda que um preparador de máquinas, um programador CNC, um planejador de produção, um analista de ferramentas, um engenheiro de soldas, um analista de sistemas, um projetista de ferramentas especiais e assim por diante. Encontrar alguém capaz de arar a terra, semear, adubar e colher cereais parece ser bem mais fácil, pois há milênios a humanidade, de modo geral, dominou a agricultura. Qualquer um pode, também, extrair minérios, fazer algum beneficiamento mínimo e exportar commodities, mas só um país industrialmente evoluído poderia se tornar uma grande potência.

Não é possível defender a soberania de um país apenas com sacas de soja, milho ou arroz, mas sim com aviões, com foguetes, com satélites, com máquinas, com tecnologias extra solo, com alta intensidade de inteligência aplicada. A intenção aqui não é pregar contra os agronegócios, antes disso, agregarmos ao que já temos por graça, aquilo que temos plenas condições de ampliar e desenvolver via nossa vocação empreendedora e industrial desde Santos Dumont, desde Irineu Evangelista de Souza – o Barão de Mauá, desde os Matarazzo, os Klabin, os Street, os Gerdau entre tantos outros.

Embora possa parecer um exagero afirmar que o governo não tem dado a devida atenção aos fabricantes de máquinas e demais setores da indústria de transformação, Andreas Meister, diretor presidente da Ergomat, cita alguns números, no mínimo interessantes. Em meados da década de 80, a indústria de transformação, na qual se insere os serviços de usinagem, significava algo em torno de 25% do PIB — Produto Interno Bruto brasileiro. Já em 2010, esse percentual caiu para apenas 12%. Em 2007, de cada 100 novos empregos com carteira assinada, 18 eram destinados à indústria; enquanto em 2012, esse número caiu para apenas 3. Alguém poderia argumentar que houve um grande crescimento dos postos de trabalho na construção civil e também no agronegócio, porém é difícil de acreditar que tais colocações possam remunerar melhor. Com a recente desaceleração no desenvolvimento da indústria, mais de 200 mil postos de trabalho simplesmente se extinguiram.

Alfredo Ferrari, diretor de vendas da empresa, cita o fato da importância da linha FINAME PSI que, apesar da escassez de crédito no momento, é decisiva para a realização de negócios pelas empresas fabricantes de máquinas-ferramenta.

Ferrari informa, também, que nos últimos dez anos, cerca de trinta empresas fabricantes de máquinas-ferramenta, associadas da ABIMAQ – Associação Brasileira dos Fabricantes de Máquinas – fecharam as suas portas.

Por certo, há vários motivos para que isso tenha ocorrido. Uma infinidade de componentes, antigamente usinados no país, passou a ser importada e as razões para que isso tenha ocorrido são muitas. Um dos fatores foram as constantes mobilizações, muitas vezes com reivindicações desmedidas, por parte dos metalúrgicos, exigindo benefícios acima das possibilidades das empresas, seguidas de frequentes greves que, se por um lado trouxeram algum ganho real aos trabalhadores, por outro, incentivou a crescente automação dos processos e a busca de alternativas que pudessem assegurar menores custos, maior produtividade e segurança quanto aos prazos de entrega e, também, evitando interrupções inesperadas.

Para o usuário, pouco importa se uma determinada peça foi torneada no Brasil ou na China, desde que o produto final funcione a contento. Com isso, muitas fábricas que empregavam centenas de milhares de operadores de máquinas, tecnicamente mais qualificados e pagando salários mais adequados a quem desejasse ter um padrão de vida mais elevado, foram minguando e convertendo-se em supermercados, shopping centers, igrejas e templos de alguma seita religiosa! Obviamente, esses novos estabelecimentos também geram empregos, porém pagando muito menos, já que o nível de qualificação técnica necessário é bem menor.

Ainda nos anos 90, a abertura geral do mercado colocou em cheque muitos fabricantes nacionais, pois não estavam preparados para competir em nível global. Faltavam-lhes melhores métodos de gestão e investimentos em tecnologia que os colocassem em pé de igualdade com países mais desenvolvidos que passaram a vender no Brasil. Além disso, o custo da mão de obra e os impostos cobrados localmente, à época, já minavam muito da competitividade das indústrias locais, por mais competentes que fossem.

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Em anos mais recentes, a sobrevalorização do real em relação ao dólar americano incentivou a importação de máquinas por conta do alto poder aquisitivo da moeda nacional. Mesmo não tendo o devido respaldo em serviços de assistência técnica e reposição de peças, muitos se aventuravam com máquinas e equipamentos importados. Houve épocas em que os fabricantes nacionais atendiam a maior parte do mercado interno, enquanto o restante vinha do exterior. Contudo, em 2007, as importações já respondiam por 53% das necessidades locais e em 2011, chegaram a 70% desse indicador.

Andreas afirma que, no passado, a Ergomat chegou a exportar 25% de sua produção de máquinas, enquanto hoje as exportações não representam mais do que 10% do faturamento. Sem qualquer tipo de incentivo é difícil consolidar uma marca no exterior e quando o cliente experimenta uma marca concorrente e gosta, levará anos para retomar o mercado e, nem sempre, o faturamento com as commodities compensará as perdas do faturamento que poderia ser obtido com bens manufaturados de maior valor agregado.

Com o programa de incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), medida adotada pelo Governo Federal com o objetivo de estimular o investimento na indústria automobilística nacional, estima-se que até 2015 ele levantará mais de R$ 50 bilhões em investimentos no setor. As medidas introduzidas pelo programa fazem parte da política industrial, tecnológica e de comércio exterior chamado “Plano Brasil Maior”, e concede benefícios em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as empresas que estimularem e investirem na inovação e em pesquisa e desenvolvimento dentro do Brasil. O programa prevê um desconto de até 30 pontos percentuais no IPI para automóveis produzidos e vendidos no país. Para que as empresas interessadas possam se habilitar ao novo regime automotivo, terão de comprometer-se com um conjunto de metas no período de 2013-2017. Uma vez que estas forem habilitadas, poderão obter os benefícios do crédito presumido do mencionado imposto. Ocorre, no entanto, que além de tais metas não estarem sendo atingidas, muito dos investimentos contemplam outros setores produtivos, enquanto componentes usinados continuam sendo importados, reduzindo, assim, as oportunidades de vendas de máquinas CNC no país.

Apesar do cenário controverso, a Ergomat segue vencendo tais desafios graças à qualidade, precisão e o alto rendimento de suas máquinas. Com uma equipe de engenheiros de aplicação altamente especializada e criativa, que trabalha muito próxima aos seus respectivos clientes para entender e proporcionar soluções ótimas às necessidades dos mesmos, conseguiu consolidar uma imagem de eficiência e segurança. Com 52 anos de atividade contínua no mercado, jamais faltou com suas responsabilidades e compromissos junto ao seu público-alvo. Andreas ressalta que, muitas vezes, os importadores surgem em momentos oportunos e desaparecem quando o cenário mercadológico se desestabiliza. Essa é uma opção que nunca lhes coube, já que a matriz se localiza em solo nacional e a continuidade dos negócios é mais uma profissão de fé do que uma simples aventura. O presidente conclui que o conselho a ser dado para quem deseja se estabelecer no mercado de máquinas é que nunca relaxe, pois nada garante que as estratégias de hoje ainda serão adequadas amanhã e a todo o momento surge uma novidade tecnológica que poderá revolucionar conceitos e simplificar processos.

Para Ferrari, a evolução do segmento de máquinas CNC estará cada vez mais atrelada ao desenvolvimento da engenharia mecânica, da eletroeletrônica, das soluções em softwares de programação, da evolução das ferramentas de corte e das características de usinabilidade dos materiais.


Um pouco de história

Fundada em 1962, com mais de 50 anos de história, a empresa alcançou a impressionante marca superior a 18 mil tornos produzidos e se transformou em sinônimo de máquinas-ferramenta de alta performance e confiabilidade no Brasil e no exterior. Reconhecida por oferecer a mais completa linha de tornos automáticos do Brasil, desde o pioneiro torno automático monofusos A25, hoje engloba as mais diversas soluções em termos de máquinas CNC de última geração, incluindo, tornos automáticos a cames, tornos automáticos de carros múltiplos CNC, Centros de torneamento de carros múltiplos, tornos automáticos universais CNC. Como complemento de sua oferta ao mercado, representa as marcas internacionais de alta credibilidade Star/Japão (tornos automáticos CNC de cabeçote móvel) e Weiler/Alemanha (tornos CNC de grande porte). De modo geral, toda necessidade em máquinas-ferramenta para tornear e fresar pode ser atendida pela Ergomat!

Grande parte da produção dos tornos da companhia é exportada para países de elevado nível tecnológico, como o Japão, a Alemanha, os Estados Unidos e mais 30 outros países nos cinco continentes. A alta tecnologia empregada, a seriedade e o comprometimento da equipe técnica fizeram os tornos Ergomat serem respeitados com rapidez no exterior e reforçam a qualidade dos produtos Made in Brazil. A Ergomat se caracteriza por ser uma empresa voltada à inovação, completa Ferrari.

Principais segmentos de atuação

• Automobilístico
• Autopeças
• Tornearias automáticas
• Hidráulica e pneumática
• Bens de capital
• Componentes médicos e odontológicos
• Telecomunicações
• Eletroeletrônicos
• Eletrodomésticos
• Empresa de serviços de usinagem

Novidades

O diretor de vendas informa que lançarão, oficialmente, os centros de torneamento com dois revolveres e contrafuso, TND 42/65 S, que são máquinas confiáveis e precisas, de alta tecnologia. Elas possibilitam a execução de operações de torneamento e fresamento com alto grau de automatização, controlando diversos eixos lineares e circulares, além de utilizar ferramentas fixas e acionadas, possibilitando usinar mais de uma face simultaneamente, viabilizando a fabricação de peças complexas por completo na produção seriada.

Como se pode ver, produzir tornos no Brasil é um grande desafio. Contudo, a depender da vontade, da criatividade e da competência tecnológica da Ergomat, esta continuará ajudando a construir um país melhor por muito tempo.



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