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Como a Heller enfrenta o grande desafio de produzir centros de usinagem no Brasil

Com preços abaixo do somatório de custos de matéria–prima, mão de obra, impostos, tributos e encargos locais, o produto estrangeiro quase inviabiliza a operação de quem produz máquinas em território nacional, mesmo quando o país de origem dos importados esteja do outro lado do mundo.

Dada à política econômica (aparentemente equivocada) adotada pelo governo, que parece apostar mais no potencial das commodities do que no talento da indústria, produzir máquinas em solo brasileiro torna-se quase impossível por conta dos elevados custos de produção e excessos tributários e burocráticos, que são mais danosos à indústria local do que os próprios concorrentes internacionais em si.

Embora a extensão territorial e as características geológicas, além da qualidade do solo, sejam propícias aos agronegócios, à extração de petróleo e à mineração, é importante lembrar que a cada quilo de commodity exportado o país recebe, apenas, alguns centavos de dólar (USD) em divisas. Por outro lado, produtos industrializados (como máquinas, equipamentos, veículos automotivos, aviões, entre outros produtos de valor agregado) podem gerar centenas, às vezes, milhares de dólares (USD) pelo equivalente em peso.

Investir na indústria pode, inclusive, contribuir mais para a soberania de um país do que a simples atividade extrativa ou produção de commodities, pois plantar sementes ou extrair minério qualquer país poderia fazê-lo, ao passo que, para desenvolver e fabricar máquinas, equipamentos, aeronaves, satélites e veículos, só quem tiver pesquisa, experiência e know- -how poderá se destacar. Países sem indústrias fortes quase sempre são dependentes das nações mais avançadas. O que se quer enfatizar é que temos condições para sermos fortes nas duas frentes tanto nas commodities, quanto na indústria, desde que haja uma política econômica adequada ao desenvolvimento de cada uma dessas atividades.

A reivindicação da maioria do empresariado local não é protecionismo, e sim a justa medida, pois, atualmente, ainda que se chegue à máxima velocidade e ao mínimo custo de produção, ou seja, ao máximo da eficácia técnica em processos de manufatura, isso ainda é pouco em face das facilidades oferecidas a quem quiser, somente, exportar máquinas para o Brasil. Obviamente, sempre haverá o argumento dos serviços, da reposição de peças e assistência técnica local, da facilidade do idioma, contudo o que se pode notar é um encolhimento contínuo de uma indústria vital para qualquer país que deseje figurar, algum dia, entre os países mais desenvolvidos do mundo, a Indústria de Máquinas.

Esse é o contexto no qual, há anos, uma empresa vem se destacando como fabricante de Centros de Usinagem CNC. Trata-se da Heller Brasil, localizada na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.

A empresa iniciou suas atividades em 7 de fevereiro de 1894 na Alemanha, onde Hermann Heller inaugurou a Heller Comercial e Produção de Ferramentas Patenteadas. Em 1900, a companhia uniu-se à firma de Ernest Heller. Desta fusão, originou-se a Irmãos Heller – Fábrica de Máquinas Operatrizes. Desde modo, a Heller começou a produzir suas primeiras máquinas voltadas à indústria da manufatura.

Orientada pelas necessidades e desejos de seus clientes, desde o princípio sempre alcançou resultados expressivos que foram surgindo com o desdobramento do atendimento das exigências impostas por seu nicho de mercado. Graças à concepção arrojada dos projetos e soluções, que envolvem não apenas a máquina, mas também os acessórios e o compromisso de cumprir metas em termos de tempos, precisão e qualidade, a empresa foi se consolidando como um dos principais fabricantes de máquinas do mercado, em especial centros de usinagem horizontais.

Um dos fatores de sucesso da companhia é a expertise, que angariou ao longo do tempo, pois sempre trabalhou com profissionais extremamente qualificados tanto na área da engenharia, quanto nos setores de produção das máquinas, sendo que é, notadamente, uma empresa com baixa rotatividade de pessoal. A segurança no trabalho e a qualidade dos produtos e serviços sempre foram pontos tradicionalmente fortes e regidos pela criteriosa filosofia alemã de trabalho.

Até 1974, a presença da Heller no Brasil era apenas via representantes, entretanto o crescente mercado brasileiro incentivou a fabricação local. Neste mesmo ano, a cidade de Sorocaba recebeu então a unidade fabril brasileira – à época com cerca de 50 colaboradores, dos quais um terço deles era proveniente da própria Alemanha. Deste modo, a empresa foi transferindo know-how e consolidando, também, no Brasil, a confiança que a marca Heller inspira ao redor do mundo.

Atualmente, existem unidades de produção na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Brasil e China, assim como unidades de vendas e assistência técnica na França, Itália, Índia, México, Rússia, Suécia, Suíça, Eslováquia e Espanha. Com isso, consegue manter presença onde quer que haja uma indústria carente de soluções arrojadas para usinagem, não importa onde esteja. No Brasil, a empresa possui técnicos residentes nas cidades de Belo Horizonte, Joinville e Porto Alegre, a fim de dar o devido suporte de assistência técnica nas principais regiões industrializadas do país.

Antes de investir em seu próximo centro de usinagem horizontal, consulte a Heller. Você poderá se surpreender com a viabilidade do investimento.

A subsidiária brasileira conta com cerca de 200 colaboradores plenamente capacitados. Eles se ocupam com as atividades de pré-venda, tais como estudos de tempos, engenharia de aplicação no desenvolvimento de projetos e sistemas de manufatura, incluindo conceitos de engenharia simultânea. Cuidam também da parte de pós-venda, que abrange engenharia de produto, treinamento, assistência técnica, tryout e estudos de aplicações e de retrofitting de máquinas.

Sempre atenta à melhoria contínua de seus processos e rotinas de atendimento, a empresa ampliou a sua equipe de vendas, expandindo a presença no mercado, oferecendo tratamento personalizado e de acordo com o perfil de cada cliente. Ao visitar suas instalações, os interessados poderão constatar o elevado grau de modernização e aperfeiçoamento dos processos de fabricação, tanto quanto o trabalho de montagem de máquinas individuais, grupos ou subgrupos de máquinas em layout de minifábricas, de acordo com as demandas a serem atendidas no usuário final.

Sob o rígido padrão imposto pela matriz, é notória a organização e o monitoramento dos processos produtivos, assim como o controle da qualidade e da inspeção de procedência dos materiais aplicados em sua linha de produtos. Cada detalhe construtivo é tratado com dedicada atenção para que o resultado final supere as expectativas de desempenho manifestadas pelo cliente. Tudo é direcionado em função de se obter o maior volume de produção, com grande flexibilidade, levando em conta a necessidade geral das empresas em se minimizar investimentos sem comprometer os resultados finais que se esperam de cada máquina.

De modo geral, quem experimenta os produtos Heller uma vez costuma repetir a compra por conta da satisfação alcançada na primeira aquisição.

Fazendo do foco do cliente o seu próprio foco, procura garantir em cada projeto a maximização da produtividade sob um mínimo de custos, ou seja, quanto mais competitividade for possível conferir ao cliente, mais satisfeito ele estará. Ao longo dos anos, a empresa aprendeu que um cliente bem atendido sempre retorna!

Embora, mais recentemente, vários outros segmentos da indústria venham progressivamente adotando os produtos Heller, a indústria automotiva é, notadamente, uma das principais usuárias de seus produtos a ponto de se poder dizer que, praticamente, em cada veículo que circula pelas ruas do Brasil, há um pouco do know-how dessa companhia impresso em muitos componentes veiculares, frequentemente usinados em alguma das mais de duas mil máquinas que produziu e instalou em um grande número de montadoras e autopeças no país.

O padrão Heller de qualidade, adotado na unidade de Sorocaba, é o mesmo aplicado na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, comprovando que o Brasil está sintonizado com as exigências tecnológicas da globalização. De acordo com Alfredo Griesinger, diretor geral da subsidiária brasileira, atualmente já não se diz “Made in Germany” ou “Made in Brazil”, mas sim “Made by Heller”, pois não interessa em que país a máquina tenha sido fabricada, se foi feita pela Heller é um produto de alta qualidade e elevado desempenho! Nesse sentido, a empresa está certificada pelas normas mais requisitadas do mercado metalmecânico e automotivo.

Os principais clientes estão distribuídos nos ramos da indústria automobilística, autopeças, prestadoras de serviços, fundições, óleo e gás, aeroespacial, forjarias e indústria de máquinas agrícolas e indústria de máquinas em geral. Entre seus fatores de sucesso, ressalta-se o fato de ter sempre como objetivo soluções arrojadas e competitivas para as mais variadas operações de usinagem, com otimização da qualidade, dos custos, da produtividade e da capacidade do processo. O catálogo de produtos inclui uma ampla variedade de máquinas operatrizes, podendo compor uma linha completa de usinagem. A engenharia de projetos cobre toda a manufatura dos componentes, desde a peça bruta até a peça acabada, o que abrange:

Tecnologia de usinagem avançada – Conceitos de fixação rápida e inteligente – Utilização de tecnologias amigáveis aos meios periféricos – Logística e fluxo de peças, dispositivos e ferramentas, eficazes – Planejamento otimizado do layout fabril.

Há 40 anos no Brasil, a empresa conta com um quadro fixo de engenheiros de projetos qualificados, que formam equipes competentes, fazendo a coordenação entre a empresa e os respectivos clientes, o que, por vezes, inclui a participação de algum subfornecedor, como os fabricantes de ferramentas de corte. Augusto Cesar B. Mestre, diretor técnico da companhia, ressalta que revisões regulares são executadas nos projetos visando atualizar o plano de recursos e o cronograma de prazos, desde a confirmação do pedido, até o término do prazo de garantia.

Alfredo reforça que a Heller é uma empresa familiar que atua no mercado global há 120 anos, o que lhe garante enorme experiência e acúmulo de know-how. Atualmente na 4ª geração de gestores, mantém os mesmo valores e credos de seus antecessores e dependem apenas de si mesmos para decidir sobre os destinos da companhia. Isso, na visão do executivo, representa, de certa forma, o nível de integridade da empresa e a segurança proporcionada a quem decidir optar por um de seus produtos.

Especializada em Centros de Usinagem Horizontais, a subsidiária brasileira é a única planta produtiva completa fora da Alemanha. Mais de 70% do conteúdo das máquinas aqui produzidas é nacionalizado. Máquinas inteiras são exportadas para outras empresas do grupo, lembra Rivaildo Martines, chefe de projetos da Heller Brasil. Augusto Cesar enfatiza que possuem mais de 1.700 máquinas em operação no mercado em pleno funcionamento, o que é razão de orgulho para todos os colaboradores da empresa.

Alfredo Griesinger informou que a subsidiária brasileira responde por, aproximadamente, 12% do faturamento global da companhia e que 30% da fabricação local é destinada à exportação para centros como China, Europa, EUA, Índia, Rússia, México, entre outras nações. Em Sorocaba, a empresa conta, atualmente, com cerca de 200 colaboradores e possui uma capacidade produtiva de 150 máquinas por ano. Segundo o diretor, o faturamento global do grupo em 2012 foi de 600 milhões de euros.

Rivaildo informa que, no Brasil, são produzidos nove tamanhos diferentes de centros de usinagem horizontais, além de dois lançamentos recentes com cinco eixos programáveis. Dos lançamentos, um deles é dedicado a aplicações universais e o outro, dedicado ao setor automotivo. Os produtos são divididos, basicamente, em três séries de máquinas: a MC (2000; 4000; 4500; 5000) para aplicações gerais, a MCH (250; 280; 350; 450 e 460) para usinagens mais pesadas e as novas séries MC 20 e F (FP 2000 e FP 4000) com cinco eixos programáveis para usinagens mais complexas. Tais máquinas podem chegar a 60KW de potência, com velocidades de deslocamento de até 90 m/min.

Augusto Cesar reforça que o êxito da companhia não se deve apenas à qualidade e desempenho dos produtos, mas também a uma forte atuação na área de serviços de pós-venda. O setor responsável pela venda de peças de reposição, assistência técnica e orientações ao cliente trabalha das 7h às 24h, contudo, sob contrato, podem manter equipes de manutenção preventiva e corretiva até 24h por dia, caso seja esse o desejo do cliente. Em geral, assumem 95% de disponibilidade técnica para a produção de peças, chegando, porém, a atingir até 98%.

O executivo reforça que iniciaram com a filosofia de uma unidade Services em 2003, por sentirem que era um anseio de clientes que precisam manter a fábrica operando 24h por dia. Quem trabalha com produção em massa não pode parar; por outro lado, improvisos não fazem parte da filosofia de trabalho Heller, assim a empresa investe de 2 a 5% das horas pagas na capacitação da mão de obra, além de contar com profissionais que, dado o baixo turnover, trabalham na empresa, em média, há 15 anos. A ideia é sempre fazer bem feito e da primeira vez. Ainda sobre esse tema, o “telesserviços” oferece a diagnose à distância, verificação e configuração dos parâmetros da máquina, transmissão de software e programas de comando, bem como forte apoio telefônico ao cliente, para a execução de serviços de manutenção pela sua própria equipe.

Sistema operacional Heller, além de aplicável a qualquer máquina, pode economizar até 40% no consumo de energia.

Os problemas técnicos são solucionados por equipes de assistência técnica com os mais modernos equipamentos e meios de comunicação. Através de conexão remota, é estabelecida a comunicação entre a máquina e serviço de assistência técnica. Desta forma, os dados da máquina e dos processos podem ser avaliados on-line. Em muitos casos, esta consulta rápida e direta evita o deslocamento do pessoal de assistência técnica para o local e traz claras vantagens para o cliente com relação aos custos, além de diminuir consideravelmente os tempos de parada da máquina.

Há, aproximadamente, dois anos, a empresa iniciou um projeto voltado à economia de energia, que tem agradado muito aos clientes envolvidos. Com a introdução de um sistema que só consome quando a máquina efetivamente se movimenta, tem proporcionado economias de 15 a 40% de energia. De acordo com Rivaildo, é uma ideia simples, porém muito benéfica. Na Honda Automóveis da cidade de Sumaré, o sistema foi estendido para uma linha de 48 máquinas. Trata-se de um sistema que pode ser aplicado mesmo em máquinas que já estejam em operação, via retrofitting (reforma). Havendo interesse por parte do leitor, basta entrar em contato com um representante Heller para obter mais detalhes.

A fim de atender clientes de todos os portes, a empresa em breve passará a atuar no mercado com o conceito de Entry Machine, abrindo oportunidades para todos aqueles que desejem experimentar a eficácia de uma máquina Heller. Deste modo, segundo Alfredo Griesinger – diretor geral – se o leitor estiver pensando em adquirir um centro de usinagem CNC de alto desempenho, não deverá tomar essa decisão antes de conversar com a Heller. Atualmente, é possível obter uma solução completa e excelente a um custo plenamente absorvível, principalmente se for considerado o fato de que a grande maioria de suas máquinas possuem FINAME.


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