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Os desafios das empresas no cenário atual brasileiro

Devido a uma condição macroeconômica e política desafiadora, somada ao aumento da competitividade e da exigência dos consumidores, cada vez mais é preciso que as empresas direcionem esforços para modernizarem seus processos de gestão.

“Uma empresa com crescentes aumentos na sua produtividade é uma organização mais eficiente, com melhor utilização dos seus recursos e que atinge melhores resultados, tendo assim maiores possibilidades de prosperar no futuro.”

De um modo geral, a economia mundial ainda não superou completamente a crise que sobreveio no final da primeira década do século XXI. Somado a isso, o cenário macroeconômico e político brasileiro tem apresentado especiais desafios para as empresas nacionais nos últimos anos, sendo que as projeções são de que os impactos das questões políticas ainda serão sentidos ao longo de 2016.

Além destes aspectos estruturais, tendências mundiais, como o aumento da competitividade entre as empresas devido à globalização, níveis de exigências ambientais e sociais cada vez mais estritos, somados a uma maior conscientização por parte dos mercados consumidores, apresentam um contexto desafiador para a classe empresarial.

Em face de uma situação adversa para a grande maioria das empresas, a sobrevivência e o crescimento dependerão de uma mudança de paradigmas, visando sempre os resultados positivos através da profissionalização dos seus processos de gestão. É imperativo, portanto, o estabelecimento de metodologias e controles focados na busca constante pela eliminação dos desperdícios.

De modo a garantir que esta melhoria seja contínua nos processos, é necessário partir sempre da perspectiva de que uma empresa é um conjunto de diferentes recursos, sejam eles humanos, financeiros, materiais ou tecnológicos. É imprescindível, também, ter a consciência de que estes recursos são limitados.

Esta compreensão de que os diferentes meios disponíveis são finitos é essencial para garantir que a sua utilização seja feita de forma racional, eficaz e eficiente, com foco apenas e tão somente no sucesso do empreendimento.

Partindo desta perspectiva de escassez, são duas as óticas possíveis para se fazer um uso racional dos limitados recursos de uma empresa.

A primeira destas visões direciona o olhar para o ambiente externo à empresa, ou seja, visando a busca por novos mercados e oportunidades que se adaptem melhor às características do negócio. Conforme vimos, o ambiente externo encontra-se em situação desafiadora.

Embora todo desafio seja também uma oportunidade, neste artigo iremos nos concentrar na segunda ótica possível: direcionar este olhar analítico sobre como é feita a utilização dos recursos para dentro da empresa.

Para analisarmos as diferentes formas de como os recursos são utilizados por uma empresa, existem diversos conceitos e indicadores. Iremos focar em alguns deles neste texto. São eles:

• Produtividade;
• Formação de Preço;
• Estrutura Organizacional.

Primeiramente, iremos abordar a produtividade, que é, basicamente, definida como a relação entre o que é produzido e os recursos disponíveis para produzir. Quanto maior for esta relação, maior será a produtividade. Trata-se, portanto, de um dos melhores indicadores para aferir a performance de um negócio. Uma empresa com crescentes aumentos na sua produtividade é uma organização mais eficiente, com melhor utilização dos seus recursos e que atinge melhores resultados, tendo assim maiores possibilidades de prosperar no futuro.

Rankings internacionais de produtividade mostram que as empresas brasileiras têm perdido seguidamente posições ao longo dos anos. Estes índices são calculados baseados na análise de diversos fatores conjunturais como o desempenho da economia e a infraestrutura do país, além de outros que dizem respeito à eficiência empresarial. Dentre estes fatores internos às corporações, destaca-se a ausência de processos efetivos para a medição e o controle da produtividade como um dos principais motivadores para esta queda da competitividade.

Tendo em vista estas informações, percebe-se que desenvolver mecanismos que permitam a medição e o controle dos índices de produtividade de uma empresa de forma eficiente, além de fomentar um planejamento da produção de forma a maximizar a produtividade, demonstra-se como um investimento de grande potencial para garantir que a utilização dos limitados recursos disponíveis seja feita da melhor maneira possível.

“É imprescindível que alimentem ferramentas que possibilitem aos gestores avaliar as principais variáveis de uma empresa e permitam a realização de simulações abrangendo diferentes cenários e configurações.”

O segundo conceito que iremos abordar nesta análise para a otimização do uso dos recursos de uma empresa é a etapa de formação de preço de venda. Trata-se do calcanhar de Aquiles de muitas empresas, uma vez que um grande número de gestores não dispõe de informações adequadas para realizar este cálculo crucial. É uma avaliação fundamental para a saúde financeira de uma empresa, e que precisa ser feita de forma criteriosa, conhecendo todos os elementos que influenciam este cômputo.

É preciso, desta forma, que as empresas invistam em métodos para identificar todos os custos e despesas envolvidos na elaboração de um determinado produto ou serviço. Identificar o peso não só dos setores produtivos, mas também o impacto das diversas áreas de apoio (Administração, Comercial, Estoque etc.) em cada um dos produtos e serviços comercializados, para, então, definir suas políticas de preços. Além de preços, é também necessário identificar as margens para fornecer descontos em situações de queda nas vendas, uma vez que não podemos esquecer que a formação dos preços de venda é também fortemente influenciada por fatores externos à empresa, já que no cenário competitivo atual os preços são essencialmente ditados pelo mercado. Finalmente, o terceiro conceito que iremos levantar neste texto diz respeito à definição da estrutura organizacional mais eficiente para uma determinada empresa.

– “Quais dos meus setores estão ociosos?”;
– “Onde posso reduzir gastos?”;
– “Quais dos meus produtos geram mais lucro?”;
– “São os que mais faturam?”;
– “Tenho produtos que me dão prejuízo?”;
– “Por que, no final do mês, não sobra dinheiro em caixa?”;

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São perguntas que atormentam grande parte dos gestores das empresas brasileiras. Além disto, a falta de dados confiáveis para responder de forma assertiva a estas questões dificulta o processo de tomada de decisão dentro das empresas e impede que estas definam em quais linhas de produtos investir, quais projetos realizar, como cortar custos que não gerem impactos negativos, para assim melhorarem seus resultados financeiros. Como pudemos perceber ao longo da análise destes três conceitos básicos, e que sem dúvida nenhuma poderia ser estendido a outros processos decisórios dentro de uma empresa, é que, para se realizar uma otimização do uso dos recursos e tornar as decisões gerenciais mais acertadas, é preciso que se utilizem dados, indicadores e informações acuradas e atualizadas sobre a empresa e o mercado no qual ela está inserida.

Além desta acurácia, é preciso também que estas informações não sejam apenas monitoradas e controladas. É imprescindível que alimentem ferramentas que possibilitem aos gestores avaliar as principais variáveis de uma empresa e permitam a realização de simulações abrangendo diferentes cenários e configurações. Somente assim será possível avaliar os impactos das decisões e otimizar o uso dos seus limitados recursos de modo a extrair todo o potencial da estrutura disponível.

Assim sendo, tendo em vista o que foi exposto, podemos concluir que a necessidade de controle nas empresas para se sobressaírem no cenário atual abrange conceitos muito mais amplos que uma simples análise de custos. É necessário que se aplique o conhecimento científico, econômico, social e prático desenvolvido ao longo dos tempos, com o intuito de controlar, modelar, simular e melhorar os processos intrínsecos ao negócio. Algo que pode ser definido como uma Engenharia de Custos. M&F



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